


Segue um belo poema assinado por Adamário Lindo:
Alexandrenses da Tombua
com asas sempre fomos.
crescemos de vela em vela
ao sabor das ondas
e na maré o tempo
furámos brumas caducas
rasgámos dos céus negrumes,
vencemos garroas e calemas
bebemos águas insalubres
soubemos da chuva o improvável,
mas a vida brotou perene
das areias, nas águas, da porfia
no anzol em gancho.
por uma vez
com ribombos do trovão
nos aterraram
e aqui somos
fora do tempo e do espaço,
sabendo o que fomos
e ao que vamos.
in “Makamba” (inédito)