Nesta
foto, tirada em 19.4.1941, por Rodrigo Baião Alcario, podem ver-se três
dessas famílias. Reconheço nesta foto, em cima e da esq. para a dt: ?,
Mário António Guedes da Silva (o 2º), seguido de António Guedes da Silva
, Júlia Celeste Gomes Guedes da Silva, ?, Lídia de Sousa Alcario ,
Orbela Gomes Guedes da Silva (um pouco à frente), e os restantes ???? Em
baixo, sentados: Élia Paulo, ?, José Nascimento?, ?, e Maria do Carmo
Paulo (Carminha).
Foto gentilmente cedida por Mário Guedes da Silva.
Foto gentilmente cedida por Mário Guedes da Silva.
Familias de Moçâmedes na Praia das Conchas. Os Ribeiro/Pires Correia
Em Moçâmedes era costume uma ou mais familias irem ais fins de semana a um passeio até à Praia das Conchas

Chamavam praia, mas de praia não tinha nada, pois era pedregosa, não dava para banhos de mar, e até magoava os pés, mas ali apanhavam-se búzios, burriés, pequenos caranguejos, ostras, mexilhões, pescava-se à cana e à linha uma imensa variedade de peixe, como garoupas, pargos, sargos, etc.

O farol do Saco do Giraúl para além da função estritamente inerente à
sua actividade, estava inserido num local onde as pessoas se deslocavam,
designadamente aos fins de semana para passearem pela zona litorânea a
norte de Moçâmedes, passando dali até à Praia das Conchas e Barambol.
Aliás, toda a zona do Farol até à Praia das Conchas, onde se situava um banco rochoso, é uma zona de muita rebentação, e, se uns iam para o local com o fito de darem asas ao gosto pela pesca/caça aos peixes, outros iam simplesmente para as zonas menos rochosas apanhar búzios, burriés, pequenos caranguejos, ostras, mexilhões, sujeitando-se, a cortar os pés ou as sapatilhas com as conchas afiadas como lâminas, outros ainda para contemplarem o espectáculo que lhes era dado apreciar das altas ondas do mar envoltas em espuma a baterem furiosas nas altas rochas da zona, como que as querendo galgar.
Também era comum verem-se ao fim do dia pescadores desportivos dos mais aguerridos a tentarem ali a sorte levar para casa uma variedade de peixes, tais como garoupas vermelhas pintadas, pargos, sargos / mariquitas, canelas, meros, moreias, anchovas, tinhas, badejos, chocos, polvos, lagostas, que davam para encher o frigorífico para a semana. Eram 3 zonas muito frequentadas, especialmente, por pescadores desportivos de pesca à linha, de pesca à cana e caça submarina, a partir da Praia das Conchas até foz do rio Giraúl.
Afinal valia mesmo a pena ir até ao Farol, à Praia das Conchas e ao Barambol! Uma curiosidade: na «Praia das Conchas», como em algumas outras praias como a do Chiloango, etc., é comum verem-se grandes ossaduras de baleias, que ali vão «encalhando» trazidas pelas correntes desde a Praia Amélia (*), em tempos mais para trás (década de 1920/30), uma vez que durante essa década existiu naquela praia, a 6 km a Sul do centro da cidade de Moçâmedes, uma grande empresa norueguesa que ali se instalou, vocacionada na industrialização de carne e gordura desses cetáceos.
MAR DESFEITO
Na praia das Conchas, fito
O mar revolto, infinito
Bater nas rochas, desfeito...
E olhamo-nos, tanto, tanto,
Que suas ondas são pranto,
Que vem bater no meu peito...
Angola, 1968
"Sabor Amargo, Amargo Sabor"
de Concha Pinhão
MariaNJardim
Na praia das Conchas, fito
O mar revolto, infinito
Bater nas rochas, desfeito...
E olhamo-nos, tanto, tanto,
Que suas ondas são pranto,
Que vem bater no meu peito...
Angola, 1968
"Sabor Amargo, Amargo Sabor"
de Concha Pinhão
MariaNJardim