Saco do Giraúl em Moçâmedes
algures em finais do século XIX
A CASA DO MONTE
Puseram a casa
No cimo do monte,
Sem telha nem brasa,
Nem brasa nem fonte!
E alí vive gente
Que pensa e que fala,
Que fala e que sente,
Que sente e se cala!
O pão é escasso
E escassa a alegria!,
E a vida, um cansaço,
Maior, dia-a-dia!
Doridos os braços,
Gretados os pés,
As almas, sargaços
Dum mar sem marés!
O mundo é fechado,
Escuro, o horizonte,
No metro quadrado
da casa do monte!
Angelino da Silva Jardim
(natural de Moçâmedes/Angola)
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