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05 maio 2010

Povos do Sul de Angola: os Mucuisses. As grutas de Tchitundu-Hulu


Casal Mucuisse Oncocua
OS CUÍSSES (mucuisses, mucuíxes, owakwisis) 
Os Cuísses (mucuisses, mucuíxes, owakwisis), trata-se de um povo de raça negra, de origem não banto, que vive numa zona geográfica bem definida, no interior do Deserto do Namibe, no distrito do Namibe/ex-Moçâmedes, em Angola, que constituia, toda ela o seu habitat e o limite para a sua vida errante, a melhor adaptada às condições climatéricas daquele deserto.
No século XIX, segundo os Anais do Município de Moçâmedes, transcritos nos do Conselho Ultramarino (1839/1849), encontra-se uma interessante anotação: "Na costa ao Norte e Sul desta Vila, diz o cronista, encontram-se os Mucuissos, que é uma raça de gentio nómada, que se supõe provir da nação mecuando, que demora ao sul de Dombe, num lugar chamado Munda dos Huambo. Vagueiam pelas pedras e rochedos da costa em pequeno número, sustentando-se de mariscos e de peixe que, industriosamente, colhem com pregos, ou qualquer bocado de ferro, à falta de anzol, não fazendo parada certa nem demorada em parte alguma, sendo bastante tratáveis."  
A respeito deste povo e sob esta designação (Cuísses), desconhece-se a existência de quaisquer referências em relatos efectuados por exploradores ou viajantes no decurso dos tempos, o que talvez encontre justificação na sua natureza avessa a qualquer tipo de convivências, isolando-se e evitando todo o tipo dr convívio,  e mais ainda com elementos da etnia branca. A ausência de referências aos Cuísses pode justificar-se também pela rejeição daquela denominação pelo grupo que se intitula "Cuandos" ou "Cuambúndios", vocábulos etnonímicos que surgem referidos nos finais do século XVIII, num mapa de Pinheiro Furtado. Porém, é interessante notar que a designação "Mucuíxes" surge também, referindo um agregado etno-linguístico, no mesmo mapa. 
No tempo colonial era um povo monogâmico e monoteísta, e organizava-se vivendo em grupos de um máximo de duas famílias, em céu aberto, resguardando-se das chuvas e dos ventos, enquanto podiam, embaixo de formações rochosas, sendo o vestuário reduzido a duas pequenas peles de animais, sobretudo antílopes para taparem os órgãos genitais, indumentária que nas mulheres, era completada por pequenas fiadas de cor branca, após a festa da puberdade. Alimentam-se exclusivamente, de frutos silvestres e da caça, em que são exímios, servindo-se para tal de arcos e flexas envenenadas. Chegavam a atacar animais de grande porte, tais como elefantes e rinocerontes e dominavam como autênticos mestres o emprego de sistemas de armadilhas. Conta-se que em tempos mais atrás, quando o território era atravessado por um ribeiro, chegaram a praticar a agricultura, cultivando o milho.
Tchitundu-Hulu 1
O nome deste povo surge intimamente ligado ao Morro do Tchitundo-Hulo ou Tchidundulo, local venerado pelos Mucuisses, Mucuissos ou Cuisses. O Morro de Tchitundu-Hulu, que traduzido para português se chama «Morro Sagrado do Céu», ou «gruta Sagrada dos Mucuísses», fica situado a cerca de 130 km a leste da cidade de Moçâmedes/actual Namibe, na região de Capolopopo-Deserto do Namibe, faixa semi-desértica da área do posto administrativo do Virei e nas fronteiras da concessão do Caraculo, um pouco ao Sul do Paralelo de Porto Alexandre. Trata-se de um fantástico conjunto arqueológico de gravuras rupestes infelizmente pouco ou nada estudado, e cujo estado de conservação já nos tempos da colonização portuguesa se encontrava bastante danificado, e tão pouco possuia a dimensão que actualmente se impõe. A importância de Tchitundu-Hulu para a História e a Cultura angolanas encontra-se no facto de nelas existirem gravuras rupestres talhadas a sílex na dura rocha granítica, no grande morro que dá acesso à chamada Casa Maior que se abre sobre a falésia em forma de anfiteatro. São, na maior parte círculos que se encontram, por vezes, ligados por um traço, existindo também figuras de animais e de astros como a do famoso Sol, representado em círculos concêntricos com seus raios estilizados e constelações, onde podemos distinguir Orion e o Cruzeiro do Sul. No interior das Covas surgem, contudo, pinturas rupestres que se afiguram mais recentes, apesar da semelhança do estilo com o das gravuras. Tchitundulo parece ser de facto a estação de arte rupestre de Angola com maior número de desenhos, apresentando representações de pequenos animais, como um chacal no início da vertente norte do Morro, figurações cruciformes, desenhos "radiográficos”, etc.  Quanto à idade, os fragmentos das gravuras executadas sobre as placas de granito, atestam a existência de homens sobre o Tchitundulo anteriormente à clivagem da rocha, pelo que a história geológica da região e do Morro pode vir trazer dados concretos para a história dos primitivos homens das cavernas do Capolopopo. Dizem alguns especialistas que estas gravuras têm mais de 30.000 anos tratando-se valioso património de Angola e da Humanidade, em risco de desaparecer, ameçadas de degradação e desaparecimento dadas as amplitudes térmicas entre dia e noite que fazem estalar o interior das grutas, para além, é claro, da actividade humana. Desconhece-se qual foi o povo que imprimiu estas gravuras, pensam os antropologistas que terão sido, muito provavelmente, os ancestrais do povo Khoisan, conhecidos em Angola por Ovassekele ou Mukankalas (vulgo bosquímanes). Quanto à relação entre gravuras e Mucuisses, estes parecem não fazer a mais pequena ideia sobre a autoria das mesmas, embora persista neles uma certa veneração pelo local, identificando os círculos concêntricos gravados no Tchitundulo com os astros, principalmente, com o Sol. POEMA Quando passei por Tchitundu-Hulu tinham acabado de gravar as paredes. terminados os rituais de consagração, cá fora, o povo mágico dançava, comemorando alegremente. Depois, o povo mágico partiu subindo o Kane-Wia*  – a montanha sagrada onde Deus dorme – e não mais voltou. Entretanto, diariamente, sucederam aos dias o veludo negro das noites e, anualmente, os cacimbos trouxeram as chuvas e as chuvas devolveram os cacimbos...  sopraram ventos ventando num dorido e constante lamento. Houve chuvas ansiadas, esperadas em vão no desejo árido do umbigo dos deuses e o Tempo, vento de nada, passou leve e mangonheiro inspirando o Infinito... expirando o Esquecimento sobre as gravuras sagradas acabadas de gravar quando por lá tinha passado naquele dia. Tchitundu-Hulu rodopiou na bruma esquecida no regaço do Tempo, encoberto e misterioso... Um dia, no espreguiçar sem depressas, o Tempo acordou os Kwissis e eles vieram e sem entender ou perguntar o quer que fosse acreditaram e adoraram a Gruta do Morro Sagrado do Céu fazendo de Tchitundu-Hulu o mistério de sua Fé. Poema de Namibiano Ferreira (In No Vento e No Tempo)
 Sobre o morro dos mucuisses e as gravuras pg 206/7 Rorison «Angola» por Mike Stead, Sean Ver também AQUI

14 abril 2010

Bailes no Clube Nautico, em Moçâmedes


Reconheço, entre outros, da esq. para a dt. : Luis Gonzaga Bacharel  (à época no exercício do cargo de Presidente da Câmara Municipal de Moçâmedes), Teresa Duarte Ascenso, Ascenção Bacharel e Raúl de Sousa Júnior (à época vereador do pelouro do Turismo na Câmara Municipal de Moçâmedes).  Início dos anos 1970. Foto cedida por Ascenção Bacharel.
 
 Passagens de modelos...
 

 Familia Cristão
 Reveillon com gente elegante
 

                                                     Reinaldo Bento, vocalista, em acção...

 Familia Salvador e outras num Reveillon do Clube Nautico, nos anos 1960

 O duo "Ouro Negro" em digressão por Angola, actuou no Clube Nautico. Década de 1960.




 Reveillon no Clube Nautico

 Familia Duarte


Familia Chibante
Familia Baptista...

 Jovens de Moçâmedes




Conjunto Goldfinger

Baile de Carnaval em Moçâmedes, anos 60?

20 março 2010

Ponta de Pau do Sul: um miradouro sobre a cidade e a baia. Brito Aranha e a costa maritima de Moçâmedes.

[Eu,+Betinha+e+Gracietinha+no+mirante.jpg]

O MEU OLHAR

O meu olhar é nítido como um Girassol.Tenho o costume de andar pelas estradas, olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes tinha visto. Eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial, que tem uma criança se, ao nascer reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do Mundo
Alberto Caeeiro 
(foto: a autora do blog e amigas na Ponta do Pau do Sul , um miradouro sobre a cidade. 1956)
[BAIA.JPG]
 Mossâmedes é já Namibe

NAMIBE

Por tê-lo assim tão perto,
A areia deste deserto
Enamorou-se do mar.

E viver ardente, corada
Por sentir-se desejada
Desejada sem se dar.

Angola 1968
Concha Pinhão (Do livro de poemas «Sabor Amargo»
Mossãmedes: centro histórico e Avenida 
Mossâmedes finais dos anos 1930
 
Na falésia da Torre do Tombo com as pescaria e a cidade como pano de fundo. 1955

Pescarias da Torre do Tombo antes da construção da marginal e cais.1950


De Brito Aranha in Archivo pittoresco, Volume 10, p. 11:

«...Fica a bahia de Mossãmedes (nome que lhe foi posto em 1785 pelo tenente-coronel de engenheiros L. C. C. P. Furtado, quando foi estudar toda essa costa), antiga Angra do Negro, e em lingua do gentio Mussungo Bittoto, entre as pontas do Girahúlo, (cabo Euspa) e a Grossa ou do Noronha. 

 Ponta do Giraul

«...Estende-se a ponta do Girahúlo, que é rasa, pouco saida e muito cortada a pique, em 15° 11' 30'' S. (1). e 21° 12' 30" E. Muito perto dessa ponta, e em linha que vae d'ella á fortaleza, se pruma em 30m,5, e se encontram depois, successivamente, 24, 82, 92, 99, 55, 238 e 293 metros.
 Pontal a norte do farol do Giraul

«...Segue d'alli a heira-mar, toda pedrada e negra, obra de 3 milhas para SE 4 1/4 S. até á ponta Redonda, a qual tira o nome do feitio que tem, e é tão alta e tão ingreme, que se acham 36 metros, fundo de pedra, nas suas visinhanças; cresce muito rapidamente o fundo para 84 SE. d'essa ponta, e tanto que se pruma em 261 metros a milha d'ella; mais para S., n'esse mesmo alinhamento, se acham 20 c 14 metros perto da costa meridional.
 

«...Pouco para E. da ponta Redonda se abre o Saco do Girahúlo, enseada com praia de areia, e depois se vae arqueando a bahia para S., e formando um reconcavo, todo guarnecido tambem de praia de areia, até á ponta Negra. Sobre esta, que é alta, pedregosa e escura, se levanta a fortaleza de S. Fernando, começada a construir em 1840, e que pode montar 8 peças.

A Fortaleza em finais do século XIX
 O morro da Torre do Tombo e pescarias primitivas em finais do século XIX

«...Vae arenosa e de meã altura toda a costa desde a ponta Negra, e se encurva para formar o Saco do S., enseada que termina pela banda de 0. na ponta Grossa ou do Noronha. No recanto do Saco, onde começa a terra de subir, se levanta a chamada Torre do Tombo, morro argilloso, macio e talhado a pique para a banda do mar, onde se lêem os nomes de vários navios que tem aportado a Mossamedes, e os de muitas pessoas que visitaram aquelle sitio 2.

Uma das famosas grutas nas inscrições do Morro da Torre do Tombo. No vapor Índia chegaram em 1884 os 1ºs colonos madeirenses rumo ao Lubango. No vapor Sado desembarcou aqui uma colónia de alemães e alunos da Casa Pia em 1857.



Na base da falésia (Morro*) da Torre do Tombo, com as obras do cais e marginal e aterros em execução. 1956

 A ponta do Noronha (Pau do Sul) e baía. Anos 1920

«...Segue-se a ponta do Noronha, que é alta, pedregosa, cortada a prumo, amarellada e sita a 2 milhas e tres decimos da ponta Grossa; sobre ella, e em 15° 13' 30", torreia uma guarita com o seu pau de bandeira.

«...Passada a ponta do Noronha recurva-se muito a costa, e forma uma enseada, que termina da banda ponta da Annunciação, ou da Conceição, que é rasa, negra e so a custo se percebe do mar. Fica esta em 15° 16'.

Sobre a ponta do Noronha (Pau do Sul), vislumbrando o Canjeque e a Praia Amélia... 1956

«...Milha e seis décimos para O1/2 NO. da ponta de Noronha fica o extremo septentrional do baixo da Amélia (nome que lhe foi posto por ter naufragado alli, em 1842, a escuna de guerra portugueza Amélia), muito perigoso por quebrar so de vez em quando, apesar de ter pelo geral uns tres metros de agua, e 0m,9 em alguns sitios, É todo de rocha e argila, tem na falda Occidental 2m,2, 3m,5, 4m,5 de agua, e 7m,9 e 11 na septentrional; perto d'elle e da banda do O. se encontram 22 metros e mais, e separa-o do continente um canal por onde so devem navegar lanchas. Ha, porém, quem afirme ter visto navios de guerra inglezes passar por entre o baixo e a praia da Amélia, que lhe fica fronteira: julgámol-o, porém, muito arriscado, assim por poder acalmar alli o vento e encostarem as aguas para cima do baixo, como por haver sempre seu rolo de mar.

O  Canjeque e pescarias, por ocasião das grandes calemas de 1955

«...Dilata-se o baixo da Amelia por entre 15° 14' e 15° 18' S., e vae até a umas tres milhas da costa.

«...Afoitamente se pode navegar por aquellas paragens, em quanto estiver a ponta Negra descoberta da do Noronha, marca larga do extremo setentrional do baixo, e que passa uns oito decimos de milha para N. d'elle.
A ponta do Canjeque, entre a Ponta do Noronha e a Praia Amélia

«...Indo do S. em demanda do ancoradoiro de Mossamedes, monte-se a ponta da Annunciação á distancia de 3 milhas e meia, e siga-se para N., sem chegar á terra, até descobrir a ponta Negra; deite-se depois para esta, ou um tanto para N. d'ella, a fim de ir pelos 24 metros de fundo nas visinhanças da do Noronha, e não por menos, porque póde acalmar o vento á sombra da ponta.

«...Indo do N. deve-se dar resguardo á ponta do Girahúlo, por encostarem muito para lá as aguas e não se poder fundear.

 A ponta do Noronha (Pau do Sul), a baía, a ponte, navios de carga, palhabote, batelões, barcos de pesca. Início do século XX

«...Ha quatro ancoradoiros na bahia de Mossamedes: o dos navios de guerra e navios em franquia, em 26 metros, no alinhamento das pontas Grossa e do Noronha, a egual distancia das duas, e a meia milha da terra mais proxima: é bom sitio para velejar, pois se póde sair de bordada. Diminue muito gradualmente a fundura desde esse surgidoiro até a uns dois decimos de milha da terra, onde se encontram 5m,4.»

«...Embarcacões que tencionem demorar-se muito podem fundear a quarto de milha da praia, pouco para N. da Torre do Tombo, e.em 9 metros ou 6m,4.»

«...Acha-se terceiro ancoradoiro, bom para os navios mercantes que tiverem de carregar ou descarregar, em 16 ou 18 metros perto da praia onde se levanta a povoacão.»
 As antigas pescarias em 1950

«...Há, finalmente, o fundeadouro das embarcações de pesca, e outras de pequeno lote, quasi no rolo da praia fronteira á villa.»

A  Praia da Miragens,  a ponte  os carris de ferro, o piquete da guarda fiscal, os barcos no mar e na praia, algumas construções, entre elas o edifício dos Caminhos de Ferro (em fase de construção) e o Observatório Metereológico. O antigo colegio das Madres, as casuarinas, e ao fundo...a foz do Bero




«...No recanto NE. despeja, em tempo de chuvas, o rio Béro ou das Mortes, cujo leito atravessa o sitio das Hortas. Correm com tal velocidade as aguas d'este rio, em algumas occasiões de grande cheia, que se levam para cima de 8 milhas por hora. Do extremo da margem esquerda do rio Bero parte para NO. um baixo com perto de milha de comprido. Tem o rio agua de beber, e sem custo a deixa tomar, quando calema: será, porém, necessario ir recehel-a de manhã cedo, antes de calar a viração, porque mais tarde açoita o mar aquellas paragens e é custoso de voltar ao surgidoiro: devem as embarcações que a empregarem na faina da aguada fundear perto da foz do Béro e da banda do N E. da restinga. Acha-se tambem optima agua abrindo cacimbas no terreno das Hortas.»

http://geologicalintroduction.baffl.co.uk/wp-content/uploads/2009/01/desertcanyon1.jpg
 Mesetas no Deserto do Namibe

«...Nas alturas de Mossamedes se erguem as banquetas chamadas Mesas dos Cavalleiros ou dos Carpinteiros, parecidas com outras que se prolongam desde o parallelo de 14° 30' para S., mas distinctas por serem tres e eguaes. São boas marcas para navio que estiver amarrado.»

«...Por sobre a terra alta visinha da fortaleza, e pelo areial para E. da ponta Negra, se avista a villa de Mossamedes.»

A cidade  de Mossâmedes (Moçâmedes, Namibe), no início do século XX

«...Ja no areial é que fica a maior parte das casas, bem alinhadas, quasi todas de um andar so e em ruas espaçosas. Entre a fortaleza e a Torre do Tombo estão a egreja, um hospital militar, pequeno mas aceiado, e outros edificios.»

                                                  Palácio, Igreja e Hospital na Avª Felner, Mossâmedes

«...Rapido ha sido o desenvolvimento da villa, o que em grande parte se deve attribuir á bondade do clima, muito parecido com os mais sadios da Europa. Sente-se alli frio, anuvia-se o tempo e são humidas as noites em julho e agosto, mezes em que a altura média barometrica anda por 76O a 765 millimetros. De annos a annos desaba alli fortissimo terral de E., que traz grande copia de po muito incommodo e produz graves doenças.


Uma aldeia indígena

«...Nas suas visinhanças, e especialmente para o lado do NE., se levantam muitas libatas de negros, quasi todas mucubaes, cultivando especialmente o milho, e possuindo grandes manadas de gado vaccum.

«...Ha bom desembocadoiro no areial fronteiro á povoação baixa, e ao abrigo da ponta Negra: deve-se, porém, fugir de uma lagoa que fica ao lume d'agua e pela parte de dentro d'aquella ponta.»

by Brito Aranha.

Archivo pittoresco, Volume 10 Redigir



* O morro da Torre do Tombo, famoso pelas grutas escavadas a punho na rocha branda, e pelas inscrições ali deixadas impressas em tempos remotos por mareantes que por alí passavam e alí vaziam aguada, ou seja, abasteciam-se de agua e descansavam, e que mais tarde serviram para abrigar alguns colonos fundadores da cidade, vindos de Pernambuco, Brasil,  em 1849 e1850, bem como algarvios que a partir de 1861 deram início a umas corrente migratoria que se estendeu por todo o sáculo XX .