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30 abril 2009

Circuito automóvel das Festas do Mar, Moçâmedes



























13º Festas do Mar Iniciados. Classificação
No podium em 1º lugar, Acácio Silva (Capri 3000). À dt., Salavessa Antunes, à esq. Jorge Maló de Almeida, 1º Clas B-2º Geral.
Na 1ª foto, à esq., Rui Manuel de Oliveira Frota.
Imagens e descrições gentilmente cedidas por Manuela Lopes

28 abril 2009

Rally do Caraculo das Festas do Mar/Moçâmedes (actual Namibe): 1958


 
Junto ao edifício dos CTT, Carlos Cristão, à dt. dá o sinal de partida... Entre os espectadores, vê-se à dt, entre outros,  o moçamedense Mário Guedes




 
No «Rallie do Caraculo» o directório da prova  foi confiado a José Martins Cristão, que aqui vemos de costas para a objectiva

 

 


Estas são as fotos mais antigas que consegui, desta modalidade em Moçâmedes. Creio que se trata do Rali do Caraculo, em 1958

27 abril 2009

Escola Nr. 55 de Fernando Leal (Escola Portugal), e outras escolas primárias da cidade de Moçâmedes



 
 

O local escolhido para  construção da Escola Portugal foi  o quarteirão onde ficava a  "Praça Sá da Bandeira, uma grande Praça em forma de quadrado, em cujo centro ficava  o OBELISCO  erguido à memória do General Sá da Bandeira, o político do liberalismo português que após a queda definitiva do absolutismo, em 1834, e no quadro da  revolução setembrista, não perdeu tempo e tomou importantes medidas legislativas  mandando publicar, em 12 de Dezembro de 1836, o Decreto da abolição do tráfico de escravos. bem como o da protecção do comércio entre as colónias e Lisboa. O decreto que aboliu o tráfico de escravos em todo o território português, ainda que totalmente só viesse a ser aplicada a abolição em 1869, dada a resistência dos traficantes (1) que passaram a actuar na clandestinidade. O referido Obelisco foi transferido para a Avenida da República, mais ou  menos para o local onde hoje ainda hoje se encontra um quiosque, uma vez que na década de 40 foi de novo transferido para a Praça onde hoje ainda se encontra, para os lados do Bairro da Facada.
 
Foi pois na zona terreno onde ficava a antiga "Praça Sá da Bandeira", tendo por centro um  OBELISCO  erguido em memória do Marquês de Sá da Bandeira, em 1869, que foi erguida  a Escola a ESCOLA PORTUGAL (Escola 55 de Fernando Leal), hoje "Pioneiro Zeca", na década de 1930.
  .


 
A Escola N. 55 de Moçâmedes ou ESCOLA PORTUGAL em fase de construção, na década de 1930
 
 
A Escola Portugal foi a primeira que nasceu com instalações próprias,  era a melhor escola primária da cidade e distrito, e  saiu da fusão,  em 20 de Maio de 1925,  das escolas masculina e feminina de Moçâmedes, que se juntaram num único estabelecimento, ainda antes do golpe militar de 28 de Maio de 1926, que levou à queda a 1ª República, e à instauração do Estado Novo. O empenhamento na Educação foi aliás bandeira do regime republicano. 
 
O Diploma legislativo do Alto-Comissariado da República Portuguesa em Angola, António Vicente Ferreira  atribuiu, em 16 de Abril de 1927, às escolas primárias, nomes de figuras mais ou menos destacadas da História de Portugal e da História de Angola (Patronos), e  fundiram-se nesta altura os sectores masculinos e femininas das escolas da Torre do Tombo e de Porto Alexandre.   Outrora meninas e meninos não se misturavam, havia uma separação mais acentuada entre os sexos e as próprias matérias apresentavam maiores diferenças.
 
O Patrono da Escola Portugal era Fernando da Costa Leal, o 5º Governador de Moçâmedes, que tinha apenas 28 anos de idade quando foi nomeado para  cargo. Considerado um grande governador, homem de grande iniciativa, valor, rara tenacidade, ficou conhecido como figura principal da acção colonizadora do sul de Angola.  A ele Moçâmedes ficou a dever:
- a sua   planta topográfica, com a abertura de ruas largas, traçadas em rectas à boa maneira pombalina; 
- o incentivo à construção de prédios de agradável aspecto; 
- a primeira estrada da região; 
- as obras da continuação e conclusão da Igreja paroquial de Santo Adrião cujos trabalhos iniciados em 1849 tinham sido suspensos; 
- o primeiro  o reconhecimento da região do Cunene, por terra; 
Mas outras realizações se ficaram a dever s este Governador:
- foi quem baptizou o rio Cunene como  o “ Rio dos Elefantes”;
- colaborou no traçado de uma carta geográfica de Angola; 
- fez erguer a Fortaleza de S. Fernando no local do antigo forte sobre o rochedo que domina a baía; 
-melhorou e levou a cabo a construção do primitivo Hospital; 
- determinou a edificação do Palácio do Governo, (um dos mais bonitos do ultramar português),
e várias casas para serviço público; 
- mandou construir o edifício da alfândega 
-fomentou o comércio, agricultura e a indústria. 
Também  a ele se ficou a dever a concessão das primeiras licenças de pesca comercial, na Baía das Pipas.
 
Em Moçâmedes (cidade capital de distrito com o mesmo nome) existiam as seguintes escolas primárias: a Escola Portugal ou Escola 55 de Fernando Leal, criada em 22 de Abril de 1926, 
a Escola nr. 49 (desconheço o Patrono)
e a Escola n. 56 de Pinheiro Furtado, na Torre do Tombo. 
 
Ainda sobre os Patronos, em Porto Alexandre havia uma Escola primária, que teve como patrono Maria da Cruz Rolão, mulher de temperamento e valor fora do comum, e à época o único elemento do sexo feminino a emprestar o seu nome a uma Escola. Conta-se que Maria da Cruz tinha sido  eleita a primeira autoridade civil daquela povoação, quando um navio de guerra inglês entrou na baía de Porto Alexandre, e, desrespeitando o facto de estar em  águas estrangeiras, deu início a exercícios de tiro, utilizando por alvo as areias da restinga. Foi então que indignada  a regedora juntou-se a várias mulheres que em cortejo,  e acompanhadas das suas crianças, tinham acorrido à sua casa para que  interviesse, mandou içar a bandeira portuguesa num tosco mastro que tinha à sua porta, meteu-se num bote e dirigiu-se para bordo do navio inglês, de punhos cerrados, gesticulando, intimou o comandante inglês a acabar imediatamente com o exercício e a abandonar as nossas águas.  Porto Alexandre, ao completar mais um ano da sua já mais que centenária existência, prestou-lhe justa homenagem erigindo-lhe uma estátua.


A Escola Portugal era a escola das nossas aflições na altura dos exames nacionais. Era ali que os alunos de todas as outras escolas iam prestar provas de exame, não apenas do primário e de admissão para o secundário, mas por vezes e em determinada altura, também do secundário. Naquele tempo em as aulas e os exames decorriam segundo o modelo e o calendário metropolitano, isto quer dizer que não só os programas eram os mesmos, como os períodos das férias escolares de três meses coincidiam com os da Metrópole. Neste caso, as férias na Metrópole decorriam no Verão, e as férias em Angola e demais colónias, decorriam em pleno Inverno, uma vez que as aulas terminavam para todos em Junho. Éramos os eternos sacrificados do sistema! Numa terra de clima quente, em vez de estarmos na praia, estávamos encerrados no interior das salas de aulas, enquanto na mesma altura as crianças metropolitanas se divertiam e colhiam os benefícios do sol e da praia. O regime tinha destas coisas! As colónias deviam estar eternamente submetidas às directivas da Metrópole, e nem os Governadores Gerais possuíam a mínima  autonomia para legislar.
 Nos anos 1950 era director da Escola Portugal Escola o Professor Marques. Foto Salvador.


O professor Marques com alunos da Escola Portugal. Foto cedida por uma conterrânea.

 Na escadaria da Escola Portugal, nos anos 1940. Naquele tempo os alunos do sexo masculino era obrigados a filiar-se na Mocidade Portuguesa, como aqui se pode ver envergando a respectiva farda.  Isto remete-nos para a ideologia do Estado Novo para a Juventude, sobre a qual nos debruçaremos mais adiante.  Foto Salvador.


Esta foto mostra-nos a professora Berta e os seus alunos e alunas nas escadarias da Escola Portugal, por volta de 1940. Alguém me sabe dizer quem são estas meninas e estes meninos? Consigo reconhecer, sentadas, a Dina Ascenso e a Cecilia Vitor (a 2ª e a 3ª sentadas, embaixo, a contar da esq. para a dt.); de pé, à esq. na 2ª fila, junto de um cão, a Calila Rodrigues. Na 3ª fila à dt, por detrás de uma jovem com laço, a Helena Freitas (Barata); na 4ª fila, à dt. Eduarda (Malaguerra), e na 5ª e última fila, à dt, Aninhas Gouveia.


Na escadaria da Escola Portugal, nos anos 1940, só raparigas... Foto Salvador.

Reconheço, de cima para baixo, e da esq. para a dt:, no 1º degrau: Manuela Madeira (prima da Mimélia e da Maria do Carmo Abreu), Odete Lisboa Braz, Bernarda Cochat, Octávia de Matos, Etelvina Ferreira, Maria do Carmo Abreu, Maria Amélia (Mimélia) e Lucília Falcão. No 2º degrau: Cremilde Victor, Né Figueiredo, Maria Luisa Ferreirim, Maria Adelaide Abreu, Edvige, Professora Berta, Maria Emilia (enteada do Coelho enfermeiro), Isilda Tomás, Elizette Gouveia, ? Coquenão, Alice Freitas, Bico (neta do velhote Bonvalot), Orlanda Teixeira (Cabeça), Salomé Inácio,Olimpia Aquino, ?, e Jaqueline Simão. No 3º degrau: Maria Isabel Ferreirim, Aninhas Gouveia, ? Godinho (tranças), ?,?,??. Entre as 8 mais à dt. desta fila: Emilia Coelho? de tranças, Eduarda Malaguerra, ?, um pouco mais abaixo, Madalena Freitas (Barata) , irmã da Aidinha, um pouco mais abaixo, Lili Trabulo, um pouco mais acima , Alice de Castro, Professora Benvinda (de preto), Maria do Carmo Bauleth de Almeida, Ernestina e ?. No 4ª degrau: junto ao vão da escada, Maria Simão, Ludovina, Iolanda Freitas, Maria Helena Ramos, professora Felismina mais ao centro a caeismatica professora D. Aline, ????? e mais ´dt., Luz Gavino (com a mão na escada e laço na cabeça). No 5º degrau: Leta Abreu (com o braço no vão da escada), ?,?,?,?, Amélia Mangericão, ? Pereira (filha do mestre Alfredo, ?????????? Noémia Bagarrão (do Baba), Lili Trabulo. No 6º degrau: ??????????????? . No 7º degrau: Prof. na Escola de Pesca, filha de um capitão da Fortaleza, ? , Maria Simão (encostada ao pilar), ?. Manuela Bajouca, ?, ?, ?,?,?,?;Estrela, ??? ??????? Maria Emilia Ramos (junto ao pilar à dt.), Lida Pires Correia, ?,?,. No 8º degrau: ?,?,?, . No 9º degrau: ?, ?,?,?,?,?,?, Orbela Guedes (de laço na cabeça, ao centro), a filha do Prof Freire, e um pouco à frente, Lúcia Reis, ?,?, Henriqueta Barbosa-Miqueta, com laço na cabeça, Lizete Ferreira, ??, Ilda Silva, ???. No último degrau: Isabel Valente (risco ao meio e laços),?, ?,Edith Pinho Gomes (tranças)?,?, Herondina Mangericão (a 5ª, de caracois), Fátima Cunha, Maria Augusta Esteves, Elizete Costa (Sintética), ?, Noémia Bagarrão Martins Pereira?,?,Néné Trindade (tranças),?. Foto e nomes gentilmente cedidos por Maria Etelvina Ferreira de Almeida.

Em foto tirada por volta de 1942 nas escadarias da Escola Portugal, com a professora D. Berta, em cima , à esq., alunas várias classes do primário, e também da Escola secundária de então a Escola Prática de Pesca e Comércio de Moçâmedes, uma vez que era nesta Escola que à época se prestavam as provas dos alunos e das alunas das escolas de Moçâmedes.

Um tanto escondida na 3ª fila a partir de cima, a meio, podemos ver a carismática professora primária D. Aline de Campos vestida de preto, e ainda outra professora (em cima, tb de preto, Felismina?) . 
 




   


Igualmente nas escadarias da Escola Portugal.Reconheço de entre estes alunos e alunas da Escola Prática de Pesca e Comércio de Moçâmedes, que posam para a posteridade nas escadarias da Escola Portugal, em 1947 (de cima para baixo, e da esq. para a dt) : 1º degrau. Beto de Sousa, Mário Guedes, ?,?, José Carlos Guedes Lisboa (Lolita),?,?,?,?,? Manuela Bajouca, Fátima Duarte, ?,?,?,?,?,?,?,3º degrau: 5. ?,?,?, Salete Bráz, Isabel Ferreirim,?,?, 4º degrau: .?,?,? Aninhas Gouveia, Luzete de Sousa,?, ?, 5º degrau: 3. ?,?,?,?, ?, ?,?, 6º degrau: 2. Fernanda Pólvora Dias, ?,?,?,?,?, Maria Emilia Ramos, ? 7º degrau: Maria Helena Ramos, ?, ?, Raquel Martins Nunes, ?, Maria Orbela Gomes Guedes da Silva, Maria Augusta Esteves Isidoro, ?,?, Maximina Teixeira, Salette Leitão, ?, Elizete Costa ...

Outra foto dos alunos da Escola Portugal, esta já dos anos 1960
               Aqui em frente à Escola Portugal, alguns alunos do secundário que eram à época obrigatoriamente filiados na Mocidade Portuguesa. Anos 50/60?.

Alguns elementos do corpo docente da Escola Nr. 55 que consigo reconhecer: De branco professora Maria Dilva Castelo-Branco tendo ao seu lado, à direita, a professora. Maria Simões, e entre ambas. por detrás a professora Alice Trigo. Ao centro a professora Madalena (Néné) Trindade , tendo por detrás a professora Lucília Campos Rocha. Um pouco mais à direita a professora Salomé Mendonça. pouco à direita o Director da Escola, professor Marques. Foto cedida por Maria do Céu Castelo Branco.


Esta foto mostra-nos o dia da visita do Secretário Provincial de Educação de Angola José Pinheiro da Silva à Escola Portugal, Escola nº 55, de Fernando Leal. Em cima, à direita, de batas brancas, as Professoras Cesária Santos e Maria Dilva Castelo-Branco. Reconheço o Governador do Distrito Sales de Brito, o Comandante Alves da PSP, o Prof. Marques (Diretor da Escola), o Reitor do Liceu António Sousa e o sr. Moura. Em baixo, à esquerda, o professor Amaral. Cedida por Maria do Céu Castelo Branco. Pinheiro da Silva introduziu importantes reformas no ensino em Angola, no quadro da conjuntura do pós 1961.


Professoras Maria Dilva Castelo Branco e  Camila Alves, em 1975. Foto cedida a fecebook por Maria do Céu Castelo Branco
 
 
 Alunas da Escola Portugal num recreio . Finais dos anos . Cedida por Eduarda Figueiredo

 Alunas da Escola Portugal num recreio . Finais dos anos . Cedida por Eduarda Figueiredo


Este era o ambiente de uma sala de aula naquele tempo, um ambiente austero que sugeria ordem e disciplina, como se pode ver no site "As leis de Salazar", de onde a mesma foi retirada.

Mesmo ao lado da Escola Portugal ficava a Escola nr 49 nos anos 1940. Eram na época instalações precárias, porém nos finais dos anos 1950 passou para instalações próprias junto do Bairro da Facada, tal como a Escola Nr 56 de Pinheiro Furtado, da Torre do Tombo. 


 
Alunos da primitiva Escola 49. São, de frente para trás  e da esq, para a dt:  1º plano: ?, Tulio Parreira, Monteiro, Jorge, Beto Sousa, Figueiras e Dominguinhos  2.  Serafim, Manuel Cruz, Miranda, ?,?, ?, 3ª À esq. do Bispo, Guilherme Jardim. tendo à frente Neco Mangericão. À dt do Bispo, José Manuel Frota, ?. ?. Sarmento à dt. 4. Dino Silva, Prof, Canedo, Prof Vieirs, ?, ?,Julia Jardim , Celeste Matos,  Esmeralda Freitas, ?, e as profs D. Alina, D Berta e D.?  5º ????
 

Clicar sobre as fotos para aumentar. Trata-se de uma cena de teatro  levada  a cabo pelos alunos da Escola Nº 49 de Moçâmedes,  Angola, no Natal de 1959. 
 

Trata-se da primitiva Escola n. 56 de Pinheiro Furtado, enquanto ainda no primitivo  edifício de madeira, estilo colonial construído sobre pilares de cimento, no coração do bairro da Torre do Tombo, em Moçâmedes, que mais tarde passou para instalações próprias, também na parte alta da cidade, em local próximo da Escola Industrial e Comercial Infante D Henrique.
 
Pinheiro Furtado, seu Patrono, fez o reconhecimento das terras de Benguela até à Angra do Negro, à qual denominou de "Baía de Mossâmedes", em homenagem ao Barão de Mossâmedes, e foi quem primeiro registou as inscrições que se achavam gravadas na rocha branda da parte sul da baía, no morro da Torre do Tombo. 
 
Em 1951, era director o professor Duarte, e aí leccionou nesses anos, a professora Laura, esposa do Enfermeiro Rodrigues e a  professora Maria Alice de Bensabat Duarte de Almeida. 


Alguns alunos que frequentaram em finais dos anos  1940 a Escola n. 56 de Pinheiro Furtado na TTombo



A primitiva Escola 56 de Pinheiro Furtado, nesta altura, inícios  dos anos 50, com as velhas instalações já em decadência, e com outras gentes a habitá-la. Foto cedida por uma conterrânea.


 

Meninas do meu tempo que frequentavam a Escola Nr. 56 de Pinheiro Furtado em Moçâmedes, na Torre do Tombo, 1950/51. São elas, da esq. para a dt, atrás: Maria Luísa Almeida Bagarrão, Maria da Conceição Góis Teles (Lili), ?, Vitória Rosa e?. Embaixo: Victória Franco, Maria do Rosário Almeida (Zázá) e Guida Franco.

Outro grupo da mesma época e da mesma Escola da Torre do Tombo: São elas, em cima e da esq para a dt: Maria do Rosário Almeida (Zázá), Zelda Ferreira da Silva (Neneca), Otília, Graciete Ilha Bagarrão, Guida Franco, Mª Elizabete Ilha Bagarrão (Bétinha), ? Seixal. Embaixo: Madalena Seixal, Augusta, Victória Franco, Georgete Aprígio, ?, Victória Rosa, Claudete e Otília. Néné e Guida, as meninas africanas da foto eram filhas do Franco (enfermeiro do Sindicato da Pesca e do Hospital de Moçâmedes) e de D. Júlia. Fomos durante décadas vizinhas e na nossa infância brincámos juntas, passei muitas tardes em sua casa e deliciei-me com os doces de ginguba e com os suspiros feitos pela senhora propositadamente para o nosso lanche. Tive a alegria de revêr a Guida há dois anos atrás no Encontro dos moçamedenses em Caldas da Rainha.

 
Deste grupo de alunos, da então Escola Nº 56 de Pinheiro Furtado,  na Torre do Tombo, no ano de 1949, reconheço, da esq. para a dt.:  Em cima: Lopes?, Fernando Matias, Maria do Carmo Domingues, ? e Eduarda Vicente  Embaixo: Carlos Ferreira (Miroides), Ferreira Silva, Miga Calão e Dudu Ferreira Silva



 Alunos da Escola N56 de Pinheiro Furtado, com Professor Duarte, nos anos 1950 já nas novas instalações.

 
Foto tirada por ocasião de uma visita ao Horto de Moçâmedes, dos alunos da 3ª classe da Escola Portugal - Ano 1967. Era neste Horto que se cultivavam as árvores e plantas que eram mais tarde colocadas nas ruas e jardins da cidade de Moçâmedes, e onde se cultivavam flores que eram vendidas ao público. Da parte feminina reconheço a prof. Dilva Castelo Branco, Leopoldina Luís António; Elsa Maria Teles:Helena Maria Tadeu: Maria da Glória Baptista dos santos: Luísa(?) Filomena Maria Scala; Ana Maria Simões: Lalá (filha do Alberto da Baía das Pipas)?; Eduarda...; Professora Dilva Castelo Branco. Da parte masculina: Baptista dos Santos, Manuel Victória Pereira;Armando Loures da Silva; Joaquim Manuel da Cunha Major; (Nelo) Manuel Constantino Baptista; Luís Filipe Paiva Cabral; Nika Albuquerque ?;não, José Feliciano, filho do contínuo da escola, Sr. José Augusto (?) Victor Manuel Sá Figueiredo Rodrigues; João Viegas Ilha; Rodrigues (?); Maurício Gonçalves; Fernando Cordeiro Coimbra e Edgar Espirito Santo de pé. Desta turma, vivem 4 em Angola - Manuel Victória Pereira - professor. a Leopoldina - médica , o Edgar E. Santo - agrónomo . o Feliciano, electricista auto e o Sá Rodrigues chegou alí também há poucos anos com empreendimentos.
Foto e legenda cedidaa por Pedro Ilha.

 
Estas são algumas das fotos mais antigas sobre escolas e estudantes de Moçâmedes, ao nível do primário que consegui até agora reunir. Referem-se aos anos ente 1940 e 1960. Presume-se que no tempo das nossas mães (anos 1920/30) não estivesse muito divulgada entre nós a arte de fotografar que o fotógrafo Antunes Salvador veio revolucionar, reunindo um extraordinário espólio, pois estava presente em todos os eventos sociais, a todos os actos públicos, levados a cabo da pacata Moçâmedes de então, quer por iniciativa própria (para fotografar e ganhar algum...), quer por solicitação dos habitantes. Não tenho fotos desses tempos para mostrar.  Assim como não coloco aqui fotos de tempos mais recentes, quando a realidade em muitos aspectos já era outra.
 
 
MariaNJardim







30 março 2009

Himbas - Exotismo e Beleza no Deserto do Namibe














HIMBAS

No século XV, os Herero
sairam da Etiópia com os seus rebanhos, e deram início a uma extensa viagem para sudoeste em busca de pastos e sobrevivência, atravessaram a África até ao norte do actual território da Namíbia, onde se fixaram nos séculos XVII e XVII com as suas mulheres de invulgar beleza - os olhos amendoados e cintilantes, o sorriso enigmático, a cabeça enfeitada por artísticos penteados, e procederam sem delongas à conquista das áreas mais fecundas.

Os Himba, Ovahimba, que hoje vivem no Sul de Angola e no norte da Namíbia,
próximos ao Rio Cunene (rio que marca a fronteira entre os dois territórios e também no Botwana), são descendentes dos Herero.

Este povo manteve as tradições centenárias quase intactas, ainda que os que habitam a Namíbia tivessem sofrido a influência dos missionários e da voragem do progresso. Uma dessas tradições é o hábito das mulheres de cobrirem o corpo com um óleo avermelhado, mistura de banha de boi com uma pedra local, espécie de argila, que protege a pele do vento e do sol, bem como o dos penteados sumamente elaborados, enfeitados com peças de couro de metal, também eles untados com a mesma mistura, fazendo-as despender todos os dias várias horas a cuidar da sua beleza.

Peritas na arte do “coquetismo”, as himba comandam uma sociedade poligâmica, em que cada mulher pode ter vários homens.
Elas são a alma da tribo, porque mantêm a economia das suas casas e criam os filhos à sua maneira, com um carinho desvelado. São belezas africanas que muito teriam a ensinar aos entendidos, no campo da cosmética, quanto aos segredos de como possuir uma pele lisa, aveludada, e sem defeitos.

Os Mucubais e os Himbas, são praticamente a mesma raça. Ambos são povos negros bantos do Grupo Herero
que engloba vários subgrupos, incluindo o Himba, o Ovahimba, o Ovatjimba o Ovambanderu e os vaKwandu, grupos em Angola incluem o vaKuvale, vaZemba, Hakawona, Tjavikwa e Tjimba (herero pobres). Apesar de divididos em diversos subgrupos, estes povos possuem o mesmo idioma herero, além de português em angola, inglês em Botswana e inglês e africaner na Namíbia.

Secos, altivos e ferozmente independentes, e
les desconhecem fronteiras e circulam livremente entre os países e vagam pelo deserto como os leões e os elefantes, chegando a caminhar até 80 quilómetros em busca de água para o gado. Tanto esforço vale a pena: o gado bovino é o principal símbolo de status de uma família himba, e seu roubo é punido com a morte. A carne é reservada apenas para eventos especiais, como casamentos e funerais. Quando um himba morre, mata-se uma parte de seu gado e as cabeças são empilhadas ao lado da sepultura, para proteger o seu espírito. Nas aldeias himba, há sempre um curral no meio, vigiado pelo fogo sagrado chamado okuruwo. Os feiticeiros usam-no para comunicar com os ancestrais.

Presentemente estas belíssimas tribos em vias de extinção, fazem parte do roteiro turístico de quem visita o Deserto do Namibe e continua viagem até à foz do Rio Cunene e norte da Namíbia.

MariaNJardim

No livro "Revelacões da minha vida e memorias de alguns factos e homens meus" por Simão José da Luz Soriano podemos ler esta passagem: "...A duas ou tres legoas de distancia da Umpata, c na direcção de E., está o sobado da Huilla, paiz que igualmente tem ferteis terrenos, sendo cortado por muitas ribeiras e rios, cujas margens tem bellas pastagens, onde os indigenas pastoream bastantes manadas de gado vaccum. Ao sul da Huilla fica o sobado do Jau, cujos terrenos, apesar de mais extensos, são todavia de vegetação menos luxurienta, que os da Umpata e Huilla. Outros sobados se seguem ainda, como Mucuma, Hay e Gambos, sendo este um dos maiores em população. A E. dos Gambos encontramse as povoações de Mulondo, Camba e Humbe, na margem d'aquem do Cunene, que por estas terras corre n'uma curva, para ir desaguar no Oceano, pela bahia dos Tigres. O mais extenso e povoado dos sertões, além do Cunene, é o Coanhama, onde poucos brancos tem ido em procura do marfim, que alli se diz abundante. A E SE.
do Coanhama fica a terra do Donga, d'onde em distancia de 4 a 5 dias de viagem para o S. se encontram as grandes minas de cobre, que abastecem todos os sertões limitrophes. Deste metal, que os indigenas fundem, formam elles um vergalhão de um quarto de pollegada de grossura, com cinco palmos de comprido, de que fazem bracelletes para as mulheres, e que enrolado nos braços, a começar do pulso, vae em espiral até ao cotovello. http://archive.org/stream/revelaesdami00luzs...

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FILHA do NAMIBE

Filha do deserto,
da areia escaldante,
do horizonte
que não 'squeço,
do vento
que não 'spanto.


Filha do deserto!
Crestada p'las "nuances"
das miragens.
Surgida...
Envolta em neblinas.
Afagada pelo sol.


Filha do deserto!
Temperada de mar,
qu' ali tão perto,
se reflecte...
no teu olhar.


Filha do deserto!
Nada t'inibe.
Flor de welvitchia.
Filha do Namibe,
do Sol,
do Mar
dono do areal.
Filha do deserto
és tu...
Mucubal!



versos de aileda/adeliavaz
SOBRE HEREROS AQUI
VIDEO HIMBAS
Impacto colonização após anos 20 nas sociedades rurais do sul de Angola: Clicar AQUI
LIVRO

26 março 2009

Equipa tri-campeã de Angola de hóquei em patins (juniores) do Atlético Clube de Moçâmedes:






















Recepção à chegada a Moçâmedes da equipa de hóquei em patins juniores do Atlético Clube de Moçâmedes «Equipa Maravilha», após ter vencido o Campeonato de Angola em 1964, sagrando-se tri-campeã (já haviam ganho os campeonatos de Angola de 1962 e 1963). Uma autêntica proeza, caso único na história do hóquei em patins angolano!

Através das 2ª  e 3ª fotos podemos ver como era na época o nosso «aeroporto», um hangar, clássico da época, tipo grande barracão, de portas corrediças onde cabiam dakotas e friedships, ou ficavam as pessoas enquanto aguardavam a chegada  de alguma alta entidade pública de visita a Moçâmedes.

Moçâmedes era sem dúvida uma cidade hospitaleira que por vezes até se excedia em certas manifestações que não teriam a sua razão de ser, se a sua população estivesse na altura bem informada, ou politizada, sobre a realidade da situação que estávamos a viver. Porém, deste dia, não sei como nem porquê, um dia que deveria ser grandemente festejado pela população, este acontecimento passou quase desapercebido.


À chegada a Moçâmedes da «equipa maravilha» esperavam-na no Aeroporto nada mais que um grupo de «carolas» e dirigentes do clube (cerca de 70 pessoas) que, munidos de cartazes, manifestavam acaloradamente a sua satisfação por tão grande feito, m
as, volto a repeti-lo, foi uma homenagem demasiado simples para tão grande feito. Prefiro pensar que tal aconteceu porque o regresso ter-se-ia dado num dia de semana e no horário de trabalho, porque os CAMPEÕES mereciam muito mais!

Nessa altura o Atlético encontrava-se em grande luta pela sua sobrevivência, sem uma ajuda mínima do Governo Civil e da Câmara Municipal, e as forças vivas da cidade pareciam pouco ou nada sensibilizadas em relação ao desporto junior.
No entanto os nossos rapazes não desanimaram e continuaram a não permitir que os trunfos ficassem em «terra alheia». Como se não bastasse, em 1965, a «Equipa Maravilha» do Atlético Clube de Moçâmedes, já então como seniores, tornou a vencer o Campeonato de Angola. Infelizmente, em 1966, esta equipa viria a ser desfeita por força da incorporação militar dos seus elementos.

Consulte o blog MEMÒRIAS DESPORTIVAS para saber mais...







Nesta foto, a única desta série que não está legendada, tirada no final de um jogo, reconheço, da esq. para a dt.
Em cima:
Neco Mangericão, ?????, Hemitério Alves , Manuel Rios, Mário de Andrade, Artur Trindade, Congo (irmão do Xico Bamba), Arménio Jardim (Treinador do Atlético), Laurentino Jardim (jogador), Arménio Minas, Zequinha Cruz, Chibante, Orlando Saraiva dos Santos, Faustino, José Costa, Veiga, João Germano Códinha Fernandes, ???.
Embaixo:
?, Carlos Brazão ( jogador), ?, Orlando Santos (jogador), Chico Carmo, Camilo Costa , Pedro Costa (Caála), Daniel Couto, Costa (filho de Camilo Costa), Zé Adriano, Henrique Minas, Fernando Leonel Pita (Leona), Rui Mangerição, Laurindo Couto (Jogador), João Martins (Latinhas)...





Consulte o blog MEMÒRIAS DESPORTIVAS