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25 julho 2008

Video: Dinheiro de Angola até 1975



Clicar na seta acima para ver (video) c/música: «O dinheiro não chega» de Paulo Flores
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Angola pepel moeda desde 1861...

24 julho 2008

Pescarias de Moçâmedes: «Industrial Canjeque


  A zona pesqueira do Canjeque, a 4m a sul de Moçâmedes. e o peixe secando nas eiras (tarimbas) da pescaria de João Viegas Ilha em sociedade com António Vicente (
«Industrial Canjeque») . Foto de Pedro Ilha

Arte de Pesca em Moçâmedes: Pescarias do Canjeque

 
 No Canjeque, a caminho do rapa (pequena traineira) «Nidia Maria», propriedade de Virgilio Nunes de Almeida. Margareth, Nidia e um empregado da pescaria.



Nesta foto, é visível a pescaria da Sociedade da Ponta Negra. Ld., de que eram sócios, Virgilio Nunes de Almeida, António Bernardino e ? Matos. Mais tarde as instalações desta pescaria foi vendida à «Projeque»
 
 Canjeque

 Pescarias de Canjeque sul a serem fustigadas por uma grande calema (1955)

 Pescarias de Canjeque sul a serem fustigadas por uma grande calema (1955)

 Pescarias de Canjeque sul a serem fustigadas por uma grande calema (1955)


Sacada em plena faina

Pequena traineira (rapa)






Foi no Canjeque, entre a Praia Amélia e a Ponta do Pau do Sul, que em finais dos anos 1940, inícios de 1950 surgiu a 1ª pescaria, pertença da Sociedade Industrial da Ponta Negra Lda., cujos sócios eram Virgilio Nunes de Almeida, António Bernardino e Matos. Em seguida, com o desmantelamento das primitivas pescarias na Torre do Tombo, em plena baía de Moçâmedes, e a deslocalização das mesmas, transferiram-se para ali algumas delas , como foi o caso da pescaria de Eduardo (Aníbal) Nunes de Almeida, mais tarde vendida à sociedade Manuel Vicente e Joâo Viegas Ilha.

As instalações da Sociedade Industrial da Ponta Negra Lda, mais tarde desfeita, deu lugar à  «Projeque», Sociedade Anónima por Acções, de que faziam parte um grupo de industriais cujas pescarias  haviam sido desmanteladas por força da construção da avenida marginal e do porto de cais.

Numa primeira fase, a Projeque esteve voltada para a indústria de peixe seco, tendo porém evoluido para a industrialização de farinhas e óleos de peixe, para o que teria contribuido a entrada de novos associados, entre os quais António Gonçalves de Matos, José Cicorel, Lourenço, e outros que a memória não permite recordar.

A «Projeque», tendo à sua frente os administradores Carlos Manuel Guedes Lisboa e João Viegas Ilha, viria a ser um dos empreendimentos que obteve maior sucesso em Moçâmedes, reportando-me, é claro, às condições com que esta Sociedade fora criada, ou seja, por pequenos industriais deslocalizados e
sem qualquer ajuda do Estado, e tendo em conta que outros tantos deslocalizados que desta sociedade não quizeram fazer parte, acabariam por sucumbir ou por se dedicar, até ao fim dos seus dias, à pesca à linha e venda de peixe fresco destinado às peixarias.

Moçâmedes possuia várias industrias de pesca de sucesso , entre as quais seria de salientar a de Joâo Duarte e a Venâncio Guimarães, ambas na Praia Amélia e as de Torres e Irmão e de Patrício Lda. , ambas
no Saco do Giraúl, para além das muitas mais que existiam em todo o distrito que englobava Baía dos Tigres, Porto Alexandre (Tombwa), Pinda, Cabo Negro, Baia das Pipas, Mucuio, Mariquita, Chapéu Armado, Baba, São Nicolau (Bentiaba), Vissonga, Lucira.



Sobre pesca em Moçâmedes: clicar AQUI
Fotos (4ª, 5ª e 6ª) gentilmente cedidas por Pedro Ilha.

Arte de Pesca em Moçâmedes; Traineira Carlos Lisboa















Inauguração da Traineira da Projeque, a "Carlos Lisboa" , em Agosto de 1968. Foto gentilmente cedida por Pedro Ilha.

A arte de pesca em Moçâmedes: Traineiras de João Duarte































1ª foto : A traineira de João Duarte, «Maria Margarida» passando junto a um navio de passageiros, ancorado ao largo, na baía de Moçâmedes.

Desconheço a data desta foto, onde traineira e navio se encontram embandeirados, mas tudo indica que tenha sido tirada
no decurso da visita do Governador Geral de Angola, Tenente Coronel Horácio José de Sá Viana Rebelo, quando a inauguração do 1º troço do cais do porto de Moçâmedes, em 24.05.1957, cujas obras haviam sido iniciadas no dia 24.06.1954, por ocasião da visita do Presidente da República, General Francisco Higino Craveiro Lopes.

Para ver fotos sobre esta visita clicar AQUI
Para ver fotos sobre a visita a Moçâmedes do General Craveiro Lopes , clicar AQUI.

Esta foto encontrei In Mazungue

2ª foto: Outra traineira do mesmo proprietário, a «São João de Deus».



Moçâmedes era o distrito de Angola onde a população branca era em maioria. Isto acontecia porque ao chegarem ali os portugueses apenas encontraram duas pequenas tribos vivendo junto das várzeas dos rios Bero e Giraúl, dos sobas Mossungo e Giraul respectivamente, os restantes povos do Distrito viviam em regime nómade, seminómade  camcurreando o Deserto do Namibe, na busca de pastos para os seus bois. Eram todos eles avessos à integração,  havendo desde sempre grande dificuldade no recrutamento de trabalhadores para ajudarem na  agricultura e na arte da pesca. 

De início eram escravos recrutados no centro e norte de Angola, junto dos sobas, e chegaram a ser distribuidos por Moçâmedes escravos libertados de navios de tráfico negreiro para o Brasil e Américas que operavam na clandestinidade e iam sendo apresados clandestino após a entrada em vigôr do Decreto de abolição de Sá da Bandeira.  Por esta altura, o recurso era o contrato a tempo certo, geralmente por 2 anos, e o recrutamento era efectuado através de angariadores e da autoridade administrativa da zona em conjunto com o «soba», ou seja, a autoridade tradicional de cada região. Numa primeira fase o salário estipulado era-lhes pago no final de cada mês, a partir de determinada altura, parte do salário passou a ser depositado mensalmente pelo patronato na Administração do Concelho, para lhes ser entregue no final do contrato.

O contrato incluía alojamento, roupa de trabalho, cobertores, e uma base de ingredientes para a alimentação da sua preferência (tomate, farinha de milho, óleo de palma, peixe seco ou fresco (preferiam o seco), feijão, carne, limão,
batata doce. Os trabalhadores contratados podiam contar também com assistência médica e medicamentosa que era fornecida pelo médico e enfermeiros do Sindicato da Pesca do Distrito de Moçâmedes, ao qual os seus «patrões» estavam associados. Alguns desses trabalhadores no final do contrato e após terem regressado às suas terras, voltavam por sua conta para as pescarias, já sem qualquer contrato, e ali ficavam como capatazes, motoristas, etc, mas eram raros os que o faziam porque a maioria regressava aos seus «kimbos» de origem, no interior, onde se dedicavam à agricultura, criação de gado, pastorícia, etc. O gado era a sua maior riqueza e muitas muitas vezes acontecia chegarem às pescarias para trabalhar em regime de contrato, indivíduos cujos pais possuíam em gado uma pequena fortuna.

Os salários bem como o preço do pescado eram os estipulados pelos orgãos estatais, e, escusado será dizer que eram irrisórios, em consequência do regime de então que organizava e detinha o leme da sociedade, e porque a rentabilidade por vezes não dava para muito mais. Para além de que muitos dos «patrões» iam sobrevivendo sempre dependentes das crises cíclicas do pescado e do baixo preço a que o mesmo era colocado nos mercados.


«Quimbares»
, chamava-se assim, o povo de origem africana desde há muito enraizado em Moçâmedes, urbanizado e aportuguesado, que vivia na periferia da cidade, mas não totalmente integrado, porque na sua maioria eram iletrados, viviam na base da subsistência e nada preocupados em mandar os filhos à escola das missões que embora não cobrissem o território, já estavam bastante dissiminadas e  abertas aos não «assimilados».


23 julho 2008

Artes de Pesca em Moçâmedes: Taineiras de João Duarte na Praia Amélia






























1ª foto: Esta era uma das traineiras de Joâo Duarte, baptizada com o nome de «Zita Lourdes», a
filha mais velha do proprietário, e cujas instalações pesqueiras ficava na Praia Amélia, a 5 km da cidade de Moçâmedes. Ao fundo, podemos ver as instalações pesqueiras de Venâncio Guimarães: 1957

2ª foto: Esta é a 2ª traineira de João Duarte, baptizada com nome «Maria Margarida», em homenagem à filha mais nova do proprietário. Ao fundo, outra zona de pescarias, o Canjeque (na parte mais próxima à Praia Amélia).
Traineira construida nos estaleiros do Zé Alexandre, em Porto Alexandre.

Passarei a transcrever aqui uma passagem que encontrei in Mazungue
, escrita por um dos muitos netos de João Duarte:

«Bem este tema é muito importante porquanto umas das maiores riquezas de Angola eram os produtos naturais e derivados das pescas (peixe em conserva, peixe seco, peixe meia-cura, oleo de peixe e a farinha de peixe). Registe-se , de passagem que, Portugal foi (através de Angola), o 2º maior produtor mundial de farinha de peixe, logo a seguir ao Peru. As tecnologias usadas na fabricação da farinha de peixe era considerada (à época, anos 69/70) como tecnologias de ponta usadas e oriundas dos países e mais desenvolvidos do Mundo (por exemplo, a tecnologia norueguesa).
Por outro lado esta riqueza natural provocou a fixação de grande parte das colónias de portugueses que povoaram o litoral angolano - na maioria pescadores ou profissionais ligados à industria pesqueira oriundos das vilas pesqueiras de norte a sul de Portugal Continental. Daí que as cidades de Luanda, Lobito, Benguela, Moçâmedes e Porto Alexandre tivessem um desenvolvimento demográfico substancial .
Eu próprio vivi essa experiência através dos meus ascendentes - o meu avô, João Duarte, foi com 15 anos para Angola (Moçâmedes) e transformou-se num industrial de pesca, começando por comprar uma pequena embarcação a gasolina (baleeira ou sacada?), depois mais uma, mais outra e por aí adiante. Em 1968, quando faleceu tinha uma fábrica Praia Amélia -de farinha e óleo de peixe numa praia concessionada - a Praia Amélia -(junto a Moçâmedes) e três embarcações que garantiam a matéria prima - as traineiras São João de Deus, Zita Lourdes e Maria Margarida. Por outro lado o meu pai também comandou os destinos da fábrica mais moderna da Porto Alexandre - a SIAL - mandada construir por um consórcio de industriais de pesca de Moçâmedes e de Porto Alexandre.
Vão aqui algumas fotos das traineiras do meu avô e também da Praia Amélia onde estava localizada a sua fábrica e onde ele mandou erigir várias infraestruturas de betão que incluiam casas para os colaboradores qualificados e até uma pequena capela, abençoada pela sua Santa Padroeira - a Nossa Senhora dos Remédios (detenho um filme em 8 mm, agora em dvd, com a inauguração dessa capela!!!).

1ª Maria Margarida - havia uma grande preocupação em fotografar estes barcos quando vinham carregados de peixe, enterrados na água, não deixando descortinar todo o seu próprio esplendor marítimo...»

in Mazungue
Blog do autor

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Jovens estudantes num baile no Atlético Clube de Moçâmedes : década de 60

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Alunos da Escola Comercial e Industrial Infante D. Henrique: anos 60


1ª foto: Interessante foto, tirada nas traseiras da Escola Comercial e Industrial Infante D. Henrique, EICIDH, onde podemos os alunos e as alunas da referida Escola assistindo a um jogo de futebol. Eles, espalhados pelos terraços e campo de jogos da Escola, elas, espreitando a partir dos corredores do 1º e 2º andar da referida Escola ( à esq.).

2ª foto: Tirada no mesmo dia, esta foto mostra-nos mais de perto um grupo de estudantes da EICIDH, Escola Comercial e Industrial Infante D. Henriques a assitir ao jogo de futebol referido, enquanto um deles, Carlos Veríssimo, o mais vocacionado para estas coisas da rádio, faz o relato do acontecimento. Ao seu lado direito, de bigode, o Edgar Teixeira , radialista do Rádio Clube de Moçâmedes, o Márito Pereira (filho do Anatálio e neto do Mestre Alfredo) e o Beto Teles (filho do Teles da Farmácia).

Na foto, em pé, vê-se o professor Serrano, prof. de Ed. Fisica (de camisa escura), e mais recuado, também de pé, o sub-director da Escola, Dr. Campos (junto à coluna).

O jogo de futebol serviu para inaugurar o campo de futebol da Escola. Mobilizou os alunos e professores, e foi um acontecimento inesquecível, prova de que os alunos, quando mobilizados, são uma força do futuro. Este acontecimento só foi possivel, devido ao empenho pessoal do prof. Vitória Pereira, o "terrivel" MAC professor de Fisica e Quimica, professor exigente mas de uma sensibilidade fora do comum. Saíu do seu bolso o dinheiro para a compra das camisolas.

Fotos e descrições gentilmente cedidas por Carlos Veríssimo.

Gente de Moçâmedes na Praia das Miragens: anos 60?




























N 1ª foto tirada na Praia das Miragens, reconheço, da esq. para a dt. `frente: Carlos Jrdim, Arménio Jardim, Gulherme Jardim, Angelino Jardim, ? e Alvaro Jardim

2ª foto: Mais uma foto de frequentadores domingueiros da Praia das Miragens, em Moçâmedes. Desta vez, reconheço na 2ª foto, de pé, atrás, Angelino Jardim e sentado com uma criança, Guilherme Jardim. Por detrás, ao fundo, o Clube Nautico.


Excursão de estudantes da EICIDH de Moçâmedes: finais da década de 60